Festa Junina do Criando

A comemoração é mais antiga do que parece, vinda da parte católica da Europa para o Brasil, no período da colonização pelos portugueses. A festa era em homenagem ao dia de São João, 24 de junho. Por isso, ela ainda era chamada de festa joanina, e posteriormente se tornou junina por acontecer no mês de junho. Mas a história de sua origem vem de tempos ainda mais remotos, em que se festejava a boa colheita e o solstício (acesse o site ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri/modulo3/problema_solsticio.htm) , em rituais celtas praticados pelos primeiros europeus. Assim, a Igreja Católica se apropriou deles e os cristianizou.

 

No Brasil, a festa junina ganhou força e identidade principalmente no nordeste. Lá, os ritmos típicos, como forró, xote e baião, foram incorporados a ela. O dia de São João não é o único a ser comemorado. Existem também os de Santo Antônio, o santo casamenteiro, e de São Pedro. Com isso, as festas duram praticamente o mês inteiro de junho. Além disso, elas também têm a função de agradecer as chuvas, que permitem a manutenção da agricultura após um longo período de seca.

 

Ainda observamos muita degradação da cultura popular brasileira nas Festas Juninas[LSRS1] , em que os caipiras são vistos como ignorantes. Poucos explicam a origem das festas e a importância do cidadão campesino e resguardam, assim, sua dignidade.

 

Entretanto, o estudo da sociedade existente em São Paulo, desde os primórdios de sua história, mostra que o modo de viver caipira é considerado como a “forma mais antiga de civilização e cultura da classe rural brasileira, constituída desde os primeiros tempos da colonização”, como afirma Maria Isaura Pereira de Queiroz[LSRS2] . Tanto que, até o final do século XVIII, os termos “paulista” e “caipira”, eram, na prática, equivalentes.

 

Paulo Freire nos presenteia com os dizeres: “Para que os homens simples sejam tidos como absolutamente ignorantes, é necessário que haja quem os considere assim. Estes, como sujeitos desta definição, necessariamente a si mesmos se classificam como aqueles que sabem. Absolutizando a ignorância dos outros, na melhor das hipóteses relativizam a própria ignorância. Realizam, deste modo, o que chamamos “alienação da ignorância”, segundo a qual esta se encontra sempre no outro, nunca em quem a aliena”.

 

Contudo, nós, do Criando, temos como intenção reconhecer e preservar as tradições antigas como forma de cultura popular, como as músicas, os arrastas-pés, a quadrilha, a fogueira, o mastro, o correio elegante, as comidas típicas, dentre outras, fazendo uma festa linda, em homenagem aos homens e mulheres rurais que tanto fizeram e ainda fazem pelo nosso país. Que possamos comemorar coletivamente a colheita de tudo que desejarmos. Teremos, dessa forma, uma festa com a sua própria organização artística e cultural com uma estética própria e autêntica, sem nos esquecer das novas tendências educacionais, como o multiculturalismo, a pluralidade cultural e o diálogo entre as culturas.

 

É fato que a religiosidade se faz presente na “Cultura Popular” do nosso país. E, em se tratando da Cultura, temos sim o movimento de reconhecê-la e preservá-la, porém a religiosidade não se faz presente dentro da nossa abordagem educacional. A nossa abordagem é laica, ou seja, acreditamos que cada família é responsável pela escolha de uma educação religiosa ou não. A escola está para respeitar toda e qualquer escolha das famílias nesta abordagem.

 

Produção de video: Fante Produções

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