Pare! Se não você ficará sem brincar

“Pare senão você ficará sem brincar! ” Essa frase, comum em dinâmicas familiares entre crianças e responsáveis parece simples, mas nos permite uma extensa, complexa e necessária reflexão.


Se as nossas ações visam educar nossos filhos para que compreendam que vivemos em sociedade e que, portanto, há regras que necessitam ser conhecidas e respeitadas, cabe pensarmos no modo como aplicamos as “punições” ou “consequências” para quando esses combinados não são cumpridos.


Nesse sentido a primeira pergunta a fazer para si mesma (o) é: Que tipo de ser humano você está entregando para o mundo e ao mesmo tempo que tipo de mundo você está apresentando a esses seres humanos tão importantes que nos foram confiados como filhos? Se sua resposta estiver relacionada a formação de pessoas integras, autênticas, com caráter, responsabilidade e empatia nas relações, então é preciso pensar se a forma de tratá-los e as ações escolhidas para “educa-los” de fato reflete ou não esse propósito, afinal como seres sociais que somos, aprendemos pelo exemplo, o que equivale a dizer que cada ato seu seja consciente ou inconsciente está ensinando algo e deixando uma mensagem para os pequenos.

 

Assim se você quer educar para a integridade, autenticidade e empatia essa relação de barganha (faz o que eu mando ou perde algo que gosta e que é importante para você) pode não ser o melhor caminho a percorrer. Entendemos que filhos não vem com manual de instrução, mas como aqui no Criando pensamos ano a ano nas ações de cuidar e educar em prol da formação integral dos nossos meninos e meninas, pensamos em listar para vocês algumas possibilidades de intervenção que possam ser assertivas aos seus propósitos:

 

  • Entenda por que esta sentindo o que sente, quando a criança faz o que faz. Nem sempre ‘a criança me tira do sério’. Quase sempre, já não estamos tão cheios de paciência e estamos com problemas anteriores e quando a criança faz algo que as crianças costumam fazer, dizemos que elas ‘nos tiram do sério’, portanto, antes de fazer intervenção com a criança analise se a questão realmente diz respeito a elas ou a nossa condição emocional naquele momento.

 

  • Exponha de forma clara e objetiva de que forma aquela ação da criança prejudica ou é inviável para a situação. Elas estão em processo de aprendizagem e muitas vezes não compreendem de que modo suas ações influenciam os demais, por isso é tão importante que antes de mais nada lhes digamos o que suas ações estão provocando ou podem provocar. Além do mais até nós adultos temos muito mais facilidade de aceitar o não quando entendemos o porquê da negativa.

 

  • Explicado o porquê, esclareça que comportamento espera dela. . Se sabem o que esperamos delas terão uma referência e buscarão aprender a colaborar com a família, compreendendo qual a parte que lhes cabe em cada situação. Deste modo além do senso de responsabilidade individual ainda estaremos ajudando nossos filhos a se sentirem pertencentes ao núcleo familiar- na medida em que ao falar olhos nos olhos e lhes mostrar qual o papel dele você estará indicando que ele é importante, é visto e que suas ações são parte dos resultados alcançados pela família , gerando sentimento de pertencimento o que é muito importante para a construção de uma visão positiva de si mesmo. Se você já sabe que vai a um lugar que necessita de silêncio por exemplo, ao invés de ficar ordenando que a criança se cale, já antecipe essa condição a ela.

 

  • Para crianças pequenas, apenas deixe claro o que espera dela, com poucas palavras. Para crianças maiores, explique mais detalhadamente o que preciso dela e por que. Conversar com as crianças sempre traz excelentes resultados, especialmente porque possibilita que você tome decisões e escolha palavras melhores, já que não estará nervosa no momento da orientação ,assim, é possível estabelecer limites por meio do diálogo, com respeito mútuo!
    Se ameaço meu filho dizendo que “se ele não fizer o que quero, algo ruim vai acontecer a ele”, ensino a se comportar de acordo com os outros, para agradar aos outros, onde a autenticidade dele não tem lugar.

 

Mas se o mundo está precisando de pessoas cada vez mais autênticas, porque vou condicionar as crianças a agirem para agradar aos outros? Vamos fazer combinados do que é bom para cada um, vamos escutar e ensinar as crianças a nos escutarem também, com respeito.


Tratar as crianças bem, as faz nos tratar bem também. Muitas vezes meu filho fala de mau jeito, tenta me desrespeitar, e sempre digo a ele: “Eu não trato você mal, gostaria que você também me tratasse bem.”. E ele logo se refaz. Ensinar as crianças a se relacionarem com os outros, começa a ensina-los a se relacionarem conosco. Somos o primeiro estágio delas da relação com o mundo. É melhor que ensinemos habilidades para perceberem a si, aos outros e ao ambiente. A perceberem os limites de si mesmos, dos outros e dos espaços. A se expressarem de forma genuína e a respeitarem a si e aos outros.


Ameaçar, gritar, colocar de castigo, não ensina essas habilidades. A melhor hora de ensinar a se relacionarem com os outros, é quando achamos que elas estão ‘nos testando’ e estamos perdendo a paciência. Isso porque é justamente quando eles nos mostram que não aprenderam essas habilidades, que temos a chance de ensinar.


Outro aspecto importante é lembrar que na sociedade nossa ação tem consequências correlacionadas e que no ato de educar isso também deve ser considerado. Por exemplo: se meu filho desorganiza um ambiente mesmo depois de sido orientado, nada estarei ensinando ao gritar com ele e rotulá-lo indicando sua falha, mas será de muita valia se eu explicar que ele foi o responsável e, portanto, é ele quem tem responsabilidade pela reorganização. Provalvelmente seja necessário ficar próximo e ir indicando com calma e clareza o lugar onde cada coisa deverá ser guardada, mas não perca essa oportunidade por querer resolver logo a questão. Lembre-se de não fazer por ele aquilo que ele já tem condições de fazer por si mesmo.


Essa é a parte em que vemos que precisamos aprender sobre nossas próprias emoções, como mães e pais, como adultos, para podermos ensinar aos pequenos o que eles precisam aprender.

 

Educação consciente é isso! Um aprendizado gigantesco para toda a família!

O que as festas juninas representam para nós aqui no Criando...

Ainda observamos muita degradação da cultura popular brasileira nas Festas Juninas, em que os caipiras são vistos como ignorantes. Poucos explicam a origem das festas e a importância do cidadão campesino e resguardam, assim, sua dignidade.

Entretanto, o estudo da sociedade existente em São Paulo, desde os primórdios de sua história, mostra que o modo de viver caipira é considerado como a “forma mais antiga de civilização e cultura da classe rural brasileira, constituída desde os primeiros tempos da colonização”, como afirma Maria Isaura Pereira de Queiroz. Tanto que, até o final do século XVIII, os termos “paulista” e “caipira”, eram, na prática, equivalentes.

Paulo Freire nos presenteia com os dizeres: “Para que os homens simples sejam tidos como absolutamente ignorantes, é necessário que haja quem os considere assim. Estes como sujeitos desta definição, necessariamente a si mesmos se classificam como aqueles que sabem. Absolutizando a ignorância dos outros, na melhor das hipóteses relativizam a própria ignorância. Realizam deste modo, o que chamamos “alienação da ignorância”, segundo a qual esta se encontra sempre no outro, nunca em quem a aliena”.

É fato que a religiosidade se faz presente na “Cultura Popular” do nosso país. E, em se tratando da Cultura, temos sim o movimento de reconhecê-la e preservá-la, porém a religiosidade não se faz presente dentro da nossa abordagem educacional. A nossa abordagem é laica, ou seja, acreditamos que cada família é responsável pela escolha de uma educação religiosa ou não. A escola está para respeitar toda e qualquer escolha das famílias nesta abordagem.

Contudo, nós, do Criando, temos como intenção reconhecer e preservar as tradições antigas como forma de cultura popular, como as músicas, os arrasta-pés, a quadrilha, a fogueira, o mastro, o correio elegante, as comidas típicas, dentre outras, fazendo uma festa linda, em homenagem aos homens e mulheres rurais que tanto fizeram e ainda fazem pelo nosso país.

E este ano, ainda que tenhamos que nos adequar a circunstância do distanciamento social que a pandemia exige, seguimos firmes no proposito de que possamos comemorar coletivamente a colheita de tudo que desejarmos.

Teremos, dessa forma, uma festa com a sua própria organização artística e cultural com uma estética própria e autêntica, sem nos esquecer das novas tendências educacionais, como o multiculturalismo, a pluralidade cultural e o diálogo entre as culturas.

Então, como um primeiro movimento, convidamos a todos para um breve mergulho na história para que possamos compreender a origem cultural dessa comemoração, que apresentamos a seguir.

A comemoração é mais antiga do que parece, vinda da parte católica da Europa para o Brasil, no período da colonização pelos portugueses. A festa era em homenagem ao dia de São João, 24 de junho. Por isso, ela ainda era chamada de festa joanina, e posteriormente se tornou junina por acontecer no mês de junho. Mas a história de sua origem vem de tempos ainda mais remotos, em que se festejava a boa colheita e o solstício, em rituais celtas praticados pelos primeiros europeus. Assim, a Igreja Católica se apropriou deles e os cristianizou.

No Brasil, a festa junina ganhou força e identidade principalmente no nordeste. Lá, os ritmos típicos, como forró, xote e baião, foram incorporados a ela. O dia de São João não é o único a ser comemorado. Existem também os de Santo Antônio, o santo casamenteiro, e de São Pedro. Com isso, as festas duram praticamente o mês inteiro de junho. Além disso, elas também têm a função de agradecer as chuvas, que permitem a manutenção da agricultura após um longo período de seca.

Um dos detalhes que chama a atenção nas comemorações são os trajes típicos de Festa Junina, que são um exemplo claro da riqueza multicultural do Brasil. Na sequência vamos falar sobre eles, mas antes vale lembrar que como já explicamos, apesar da Festa de São João ser uma comemoração tão tipicamente brasileira que parece mesmo coisa da nossa terra, ela é original da Europa, e do mesmo modo a tradição do uso dos trajes vem de lá.

De acordo com os antropólogos Renato da Silva Queiroz, da USP, e Maria Amália Giffoni, a origem dos trajes típicos de Festa Junina deve muito à corte portuguesa do período colonial. Afinal, de modo geral, foram os aristocratas que trouxeram as quadrilhas para o Brasil. A quadrilha por sua vez, originada em Paris no século XVIII, esse tipo de dança era conhecido como “quadrille“. O estilo tinha origem na contradança que, por sua vez, surgiu com os ingleses.

Esse baile era muito dançado entre os camponeses da Normandia e da Inglaterra. E Já aqui, em solo tupiniquim, em terras brasileiras, os casais dançavam trocando de pares nos salões da nobreza. Para a festa, então usavam anáguas, roupas exageradas, perucas e tudo mais que a moda francesa mandava.

Na medida em que a quadrilha deixou de ser uma dança exclusiva dos salões dos palácios para invadir as festas populares, os trajes típicos adotados pela população se inspiravam nas roupas da nobreza. Desse modo, o costume era que mesmo os camponeses mais simples vestissem as suas melhores roupas para o festejo.

Nesse sentido, com anáguas volumosas ideais para dançar quadrilha, os vestidos femininos então ganhavam mais movimento, estrutura e volume. Do mesmo modo, o traje masculino composto por camisa, calça e colete se inspirava naquele da nobreza. Com o passar do tempo, foram surgindo diversas reinterpretações dos trajes típicos de Festa Junina. Ao final do século XIX, por exemplo, as damas dançavam quadrilha com vestidos pouco rodados e muito compridos, com gola alta e cintura bem marcada. Ele era então complementado com botinas de salto.

Por sua vez, os cavalheiros vestiam colete, paletó alongados até o joelho com três botões, calças ajustadas e camisa de colarinho duro. Além disso, como acessórios, gravata de laço e botinas. Bem diferente do que vemos hoje em dia, não é?

 Depois que as quadrilhas chegaram ao Brasil, a contradança foi estilizada. Além da capoeira dos escravos, o baile também recebeu influência e se misturou com elementos da polca e, posteriormente, do forró – afinal, a festa se tornou a queridinha do Nordeste. Assim, com o tempo, a Festa Junina se tornou mais do que nada uma grande festa popular. O termo caipira, que também passou a designar quem participava do baile, significa pessoa do interior ou da roça. Muito difundido em São Paulo, ele pode ser usado para se referir aos trajes típidos de Festa Junina, também chamados de trajes caipira.

Como a celebração se popularizou muito entre os camponeses, logo os sapatos de salto foram substituídos por sandálias simples de couro. Do mesmo modo, as pessoas então trocaram os tecidos caros pelas chitas. Além disso, o chapéu de palha se somou ao traje, sendo um item muito usado pelos trabalhadores do campo como proteção ao sol.

As mulheres então encurtaram os vestidos por conta do calor e da praticidade. Por sua vez, as calças masculinas eram remendadas por necessidade, ganhando, assim, uma cara nova. Afinal, a maior parte dos camponeses possuía poucas peças, tendo também que usá-las para trabalhar nas lavouras.

Como resultado, foi esse mix de criatividade e necessidade que deu origem aos trajes típicos de Festa Junina que vemos hoje em dia.

Acima de tudo, eles são cheios de cor e vida, como a própria comemoração!

Então, “bora” preparar os trajes e uma comidinha boa, porque da nossa parte a música e o clima de muita alegria estão mais que garantidos.

 

Para saber mais, acesse o site:

  • ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri/modulo3/problema_solsticio.htm
  • Qual a origem dos trajes típicos de Festa Junina? A Festa de de São João. (fashionbubbles.com)

 

Por Natalia Cardia

Aprofundando olhares com o Projeto “Quem fez a diferença”.

 
A beleza existe em todo lugar. Depende do nosso olhar, da nossa sensibilidade; depende da nossa consciência, do nosso trabalho e do nosso cuidado. A beleza existe porque o ser humano é capaz de sonhar.
(Moacir Gadotti)
 

Se pensássemos apenas enquanto empresa criaríamos um canal de atendimento ao cliente, daqueles “0800” que usamos cotidianamente para nos queixar quando um serviço não foi tão bom quanto gostaríamos.


Entretanto, somos uma escola, e mais do que prestar um serviço, ensinamos! E ao nos dispormos a ensinar, aprendemos...


Aprendemos que a vida pode ser vista apenas pelo olhar restrito, aquele que é treinado para enxergar o que não está bom (tanto em nós quanto no outro); mas que também podemos ensinar e educar a visão para a amplitude no olhar: aquela visão de si, do mundo e do outro que é permeada pela sensibilidade, pela empatia e pela amorosidade.


Ensinar a aprofundar e ampliar o olhar, não significa que não haja questões a serem melhoradas, ou que deva passar desapercebido que alguém entre nós talvez não esteja no seu melhor dia, mas significa sobretudo, que estamos educando para desenvolver a capacidade de olhar para além do limitado (que sim, faz parte das características humanas) para que assim, munidos de recursos internos, possamos dia a dia aprender a enxergar as belezas da vida, aquelas que estão presentes nos gestos simples, nas ações de delicadeza despretensiosa, no sorriso espontâneo de quem naquele momento nos transborda bem querer.


E como recurso para este aprendizado tão necessário e por vezes tão esquecido no nosso dia a dia, lançamos aqui um novo canal de comunicação, por meio do qual temos o objetivo de ampliar nosso acesso a visão da nossa comunidade escolar a partir do seu olhar: sim, queremos que você compartilhe conosco estes momentos em que você enxergou com olhos profundos e conseguiu ver a beleza que há aqui, seja por um bom dia amistoso, um momento de acolhimento que alguém da nossa equipe tenha promovido a você ou a sua família.


Nos permita ter acesso a sua forma de enxergar as belezas do nosso quintal e em troca prometemos seguir abastecidos e firmes no propósito de ensinar e aprender diariamente a transformar o mundo (interno e externo) de cada um de nós (crianças, adultos e famílias) que se encontra aqui no Criando, de modo que como bem dizia Paulo Freire 1997, a satisfação não nos chegue apenas no encontro do achado, mas que faça parte de todo o nosso processo de busca, e que assim possamos aprender e ensinar também na boniteza e na alegria da procura.


Por Natalia Cardia

Adaptação - Continuação 2 de 2 (2)

Mais crianças são protagonistas da nossa história de adaptação, percorrendo o caminho de travessia entre casa e escola.
Nossa escuta atenta e nosso acolhimento, afeto e olhar caminham com eles, de mãos dadas.


Uns chegam correndo, saltitantes, e atravessam o percurso como se tivessem pertencido ao Criando desde sempre. Outros têm a travessia mais delicada, sensível e chorosa. Eles precisam, além dos nossos braços, do olhar e da presença segura de suas famílias. Respeitamos, entendemos e acolhemos esse processo.


Uma história paralela também é vivida em nosso quintal: a readaptação.
Sim, mesmo tendo feito a travessia anteriormente, hoje ela se faz novamente necessária.
Necessária porque, a cada ciclo que findamos e iniciamos, precisamos nos adaptar.
Antes, foi preciso nos adaptar às relações a distância. Tivemos o privilégio de estar com os nossos maiores amores, em nosso ninho.


Agora, outro ciclo se inicia e, com ele, uma nova adaptação. Nós, educadores, voltamos a ser e estarmos presentes.
Tudo novo de novo: novos cheiros, sons, movimentos e pessoas.
Essa travessia, como tantas outras, precisa ser olhada e cuidada com o mesmo afeto, base de segurança e acolhimento de outrora.


É preciso pertencer novamente àquele lugar que era tão nosso, mas que ficamos impossibilitados de habitar.
É preciso restabelecer o vínculo que ficou distante, vivido somente através das telas.


E não pensem vocês que só os pequenos estão percorrendo esse caminho, todos estamos: famílias, crianças, educadores e equipe.
Por isso, estamos aqui juntos, caminhando e fazendo a travessia necessária para viver o inédito, o mágico e o incrível, vivendo assim o protagonismo de crescer e aprender!

 

Texto de Ana Paula Nunes com colaboração de Marcia Ribeiro – 26/02/2021

Adaptação - Parte 1 de 2

Era uma vez Valentim, Miguel, Rama e Ariel. Eles chegaram ao nosso quintal com olhos curiosos e observadores.
Era uma vez pais e mães desses meninos. Eles chegaram ao nosso quintal com olhos atentos e observadores, expectativas no ar e o coração apertado.
Todos foram acolhidos, cada um ao seu tempo e modo, cada um tendo sua história e seu movimento respeitados.


Sim, vivemos juntos um período de adaptação.


Aqueles meninos de olhos curiosos viveram a travessia para seu primeiro contexto social fora da família.


Houve choro, houve angústia, houve colo e olhares de cumplicidade.
Houve descoberta, experiência, novos sabores e cheiros.
Houve muitas sensações diferentes.

Em alguns dias, eles se entregaram a essa nova vivência, e em outros, preferiram o colo e a observação.
Em alguns dias, buscaram o olhar da mãe ou do pai pra garantir que eles estavam ali e se sentiam seguros.
Em outros dias, buscaram o olhar da mãe ou do pai para dizer que estavam muito felizes por estar aqui. Para dizer que estava tudo bem e aliviar aquele aperto no coração.


Com sorrisos largos e braços esticados para nós, foram mostrando que a travessia estava segura.
Aos poucos, foram se deixando acolher pelo novo espaço e pelas novas pessoas que compõem esse espaço.
De forma segura e afetiva, foram se sentindo pertencentes. São partes, exploradores e protagonistas do seu desenvolvimento.


Esta é a história da adaptação que acontece todos os anos em nosso quintal
Entendemos esse processo como fundamental para o início da jornada na escola.
Ele envolve a família, que nos conta sobre sua criança desde a gestação e, durante a adaptação, participa ativamente, afastando-se conforme o vínculo seguro e afetivo vai se estabelecendo.
Por meio de um processo transparente, seguro, autônomo e muito afetivo, criamos laços de confiança que nos acompanham por todo o tempo de vida em nosso quintal.


O que todos ganham? Alegria, segurança para se lançar às descobertas, protagonismo e, claro, coração tranquilo. Outras crianças estão trilhando o caminho da adaptação. Estão nos primeiros passos. Logo teremos notícias deles também, com seus sorrisos largos e corações quentinhos.


Venham fazer parte do nosso quintal.


Texto de Ana Paula Nunes -19/02/2021

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