Movimentar-se

Por Natalia Cardia

"brincar é a primeira conduta inteligente do ser humano. Quando a criança nasce, suas brincadeiras tornam-se tão essenciais como o sono e a alimentação. Portanto, na escola, a criança precisa continuar brincando para que seu desenvolvimento e crescimento físico, intelectual, afetivo e social possam evoluir e se associar à construção do conhecimento de si mesmo, do outro e do mundo". (SANTOS, 2011, p.12)


Essa semana o corpo foi o foco das brincadeiras: observar-se, movimentar-se ora dançando no nosso baile, ora percebendo novas possibilidades de movimento com a capoeira. E o que dizer de um passeio de motocas e bicicletas?! Esse é o Criando nas férias: diferenciado mas sem perder a essência do potencial de aprender pela experiência e pelo encontro.

A cada movimento e a cada brincadeira novas descobertas, a cada descoberta um redescobrir-se em si mesmo!

Imagens Karol Beltran
Edição de vídeo: Fante Produções

Cantarolando

Por Natalia Cardia

Se de um lado ter uma rotina estabelecida é importante para a criança, de outro também é imprescindível haver momentos de quebra desses padrões. Se pra nós adultos faz toda a diferença aquele final de semana na praia em que abandonamos o despertador e nos permitimos seguir desejos para além do relógio ( almoçar às 16:00, ficar na praia até às 18:00, tomar banho somente após a soneca de biquíni na rede e por aí vai), imagine para as crianças.

 

O equilíbrio entre a organização social e a reorganização conforme as vontades individuais é fundamental ! Por isso nesse período de recesso de julho o Criando é um lugar para crianças em férias, que podem escolher com quem brincar, tendo várias possibilidades de brincadeiras pensadas especialmente para elas. Quer cantar vem pra cá, quer dançar vem também... No Criando a alegria das férias está garantida!!!

 

Imagens: Karol Beltran
Produção de video: Fante Produções

Releitura Mona Lisa

Por Natalia Cardia dos Santos

É na aventura idealizada entre os seus desenhos e representações, que a criança descobre-se, reconhece as cores diferentes, experimenta as inusitadas formas, os traços sinuosos, manipula as mais variadas texturas, explora os espaços do papel, encontra as diferentes maneiras para interpretar os seus desenhos como também apropriar-se da realidade na qual está inserida. Neste universo gráfico infantil “é gostoso observar a criança em ação, a maneira com que ela se relaciona e se posiciona com o papel, o lápis na mão, coreografando gestos mais íntimos e secretos, gestos mais comunicativos e sociais” (DERDYK, 1993, p.129)


Gradativamente, ela vai elaborando o seu desenho, construindo a partir desta contínua e eterna transformação o seu próprio traço, o seu jeito de interpretar e registar sua percepção de mundo. Daí, quando observamos este momento mágico vivido pela criança, nos fascinamos com o seu encanto, com o brilho dos seus olhos, com a sua felicidade e com a beleza singular contemplada na sublime vontade de desenhar.

 

Para nós adultos, o desenho infantil “é como uma janela aberta para uma “terra incógnita”, um continente perdido, onde moramos há muito tempo, e que é o domínio de seres muito enigmáticos: as crianças. De nosso lugar de adulto, o que vemos por essa janela” (ARFOUILLOUX, 1988, p.128) pode nos parecer um tanto desajeitado.

 

Fica o convite então para que possamos pular essa janela e reencontrarmos nosso lado criança... Que tal se assim como elas, criarmos não nossa própria representação da Mona Lisa, mas principalmente e frequentemente, nossa própria representação da alegria do sorriso deles, que nos desperte um universo de cores e traços que ganham forma a partir de nossas ações?!

 

Imagens: Karol Beltran
Produção de video: Fante Produções

Atividade sensorial

Por Natalia Cardia dos Santos

Sabemos que o corpo é um meio de perceber o mundo, descobrir novas texturas, sensações e possibilidades de expressão, e que os meios de percepção corporal vão se modificando a medida que as crianças crescem. As crianças em idade de 0 a 2 anos, por exemplo, que é o caso das crianças do berçário, encontram-se na “fase oral”. Essa etapa do desenvolvimento infantil é assim nomeada porque nesse período a boca é a ferramenta usada para descobrir e explorar o mundo; Não é a toa que tudo que os bebês encontram, eles levam à boca!


As atividades e projetos propostos no Criando são intencionalmente planejados a partir de cada fase do desenvolvimento, com vistas a possibilitar experiências que possam ampliar o repertório dos pequenos, assegurando momentos cada vez mais ricos de possibilidades de aprender e se desenvolver.


A ideia nessa atividade foi, portanto, oportunizar experiências sensoriais por meio da exploração da beterraba, e nossos bebês deram conta do recado: apertaram com as mãos e com os pés para sentirem a textura, descobriram que ao apertar surge um caldinho colorido com o qual rapidamente eles pintaram não só a folha de papel como também a si próprios, e é claro... Levaram o “objeto não identificado” à boca, descobrindo e redescobrindo o sabor da beterraba e da delícia que pode ser explorar o mundo sem medo de ser feliz.

E que tal dividir a felicidade? Que o diga a educadora Paula, que nessa experiência foi incentivada pelos bebês a experimentar e descobrir também.

Aqui não basta ser educador tem que participar (risos)!
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Imagens: Karol Beltran
Produção de video: Fante Produções

Festa Junina do Criando

A comemoração é mais antiga do que parece, vinda da parte católica da Europa para o Brasil, no período da colonização pelos portugueses. A festa era em homenagem ao dia de São João, 24 de junho. Por isso, ela ainda era chamada de festa joanina, e posteriormente se tornou junina por acontecer no mês de junho. Mas a história de sua origem vem de tempos ainda mais remotos, em que se festejava a boa colheita e o solstício (acesse o site ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri/modulo3/problema_solsticio.htm) , em rituais celtas praticados pelos primeiros europeus. Assim, a Igreja Católica se apropriou deles e os cristianizou.

 

No Brasil, a festa junina ganhou força e identidade principalmente no nordeste. Lá, os ritmos típicos, como forró, xote e baião, foram incorporados a ela. O dia de São João não é o único a ser comemorado. Existem também os de Santo Antônio, o santo casamenteiro, e de São Pedro. Com isso, as festas duram praticamente o mês inteiro de junho. Além disso, elas também têm a função de agradecer as chuvas, que permitem a manutenção da agricultura após um longo período de seca.

 

Ainda observamos muita degradação da cultura popular brasileira nas Festas Juninas[LSRS1] , em que os caipiras são vistos como ignorantes. Poucos explicam a origem das festas e a importância do cidadão campesino e resguardam, assim, sua dignidade.

 

Entretanto, o estudo da sociedade existente em São Paulo, desde os primórdios de sua história, mostra que o modo de viver caipira é considerado como a “forma mais antiga de civilização e cultura da classe rural brasileira, constituída desde os primeiros tempos da colonização”, como afirma Maria Isaura Pereira de Queiroz[LSRS2] . Tanto que, até o final do século XVIII, os termos “paulista” e “caipira”, eram, na prática, equivalentes.

 

Paulo Freire nos presenteia com os dizeres: “Para que os homens simples sejam tidos como absolutamente ignorantes, é necessário que haja quem os considere assim. Estes, como sujeitos desta definição, necessariamente a si mesmos se classificam como aqueles que sabem. Absolutizando a ignorância dos outros, na melhor das hipóteses relativizam a própria ignorância. Realizam, deste modo, o que chamamos “alienação da ignorância”, segundo a qual esta se encontra sempre no outro, nunca em quem a aliena”.

 

Contudo, nós, do Criando, temos como intenção reconhecer e preservar as tradições antigas como forma de cultura popular, como as músicas, os arrastas-pés, a quadrilha, a fogueira, o mastro, o correio elegante, as comidas típicas, dentre outras, fazendo uma festa linda, em homenagem aos homens e mulheres rurais que tanto fizeram e ainda fazem pelo nosso país. Que possamos comemorar coletivamente a colheita de tudo que desejarmos. Teremos, dessa forma, uma festa com a sua própria organização artística e cultural com uma estética própria e autêntica, sem nos esquecer das novas tendências educacionais, como o multiculturalismo, a pluralidade cultural e o diálogo entre as culturas.

 

É fato que a religiosidade se faz presente na “Cultura Popular” do nosso país. E, em se tratando da Cultura, temos sim o movimento de reconhecê-la e preservá-la, porém a religiosidade não se faz presente dentro da nossa abordagem educacional. A nossa abordagem é laica, ou seja, acreditamos que cada família é responsável pela escolha de uma educação religiosa ou não. A escola está para respeitar toda e qualquer escolha das famílias nesta abordagem.

 

Produção de video: Fante Produções

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