Respeitem o meu cocô!

Entendendo o que essa percepção significa para a criança e como nossa forma de lidar com o controle de esfíncteres pode inclusive contribuir para o desenvolvimento de transtornos futuros sem que saibamos

Como a infância é o começo de tudo, é possível compreender muitas dificuldades e transtornos observados na vida adulta, simplesmente voltando a esse momento do desenvolvimento. Nesse sentido ao falarmos da ação do adulto em relação ao cocô das crianças, é possível compreender inclusive porque algumas destas crianças, quando adultas desenvolvem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), e o quanto nós pais, por vezes contribuímos para isso sem saber.


Segundo os estudos de Freud, a criança vive, aproximadamente entre dois e quatro anos, um período chamado de “fase anal”, em que estabelece uma relação de descoberta e exploração com a função de excreção, ou seja, é nesta fase que a criança passa a perceber que pode controlar seu xixi e cocô (controle de esfíncteres), e consequentemente neste período costumeiramente é feito o processo de desfralde.


Assim, neste período a criança passa a ver seu cocô no pinico ou mesmo na roupa com acontece algum “acidente de percurso” que é super natural nessa fase. Até aí tudo certo, não é mesmo?! O problema começa quando não compreendemos que o cocô é visto pela criança como sendo algo produzido por ela, e desse modo, quando hostilizamos sua produção dizendo coisas como “nossa, que cocô fedido”, “que nojo, fez cocô na calça”, ou quando mesmo sem verbalizar demostramos nojo ao limpar a criança, por meio dos nossos gestos ou expressões faciais, estamos (ainda que sem ter essa intenção) dizendo que o que ela faz não é bom, é sujo, nojento, e é essa mensagem, que ao ser assimilada pelo inconsciente da criança poderá ser o disparador para transtornos envolvendo limpeza por exemplo.


Para fazer as intervenções do jeito correto, basta entender que esse é um processo natural da vida e tratar esse momento como tal, agindo com serenidade quando a criança “fizer xixi ou cocô” na roupa e mostrando a ela, tanto com as palavras quanto as atitudes que está tudo bem e que isso faz parte deste momento de aprendizado.

Vale também parabenizá-la quando conseguir, valorizando seu empenho em aprender.

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