


CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA
Uma escola viva, que se transforma e acredita que todos têm muito a aprender e também a compartilhar.
As pedagogias que fizeram nossos olhos brilharem e nossos corações acelerarem não poderiam ser outras senão a Pedagogia de Reggio Emilia e a Pedagogia Construtivista.
Ambas propõem, antes mesmo da alfabetização, uma aprendizagem livre:
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Feita de buscas prazerosas,
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Relações empáticas,
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Cooperação,
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Olhares sensíveis e brincadeiras garantidas.
Oferecem experiências fantásticas de experimentação, onde bolinhos de areia se transformam em brigadeiros, animais se tornam objetos vivos de aprendizado, tecidos viram cabanas e o amido de milho se transforma em pura sensação.

A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos, cem pensamentos,
cem modos de pensar, de jogar e de falar.
Cem, sempre cem, modos de escutar, de maravilhar-se, de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir. Cem mundos
para inventar. Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens (e depois cem, cem, cem…)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo.
Trecho de “As Cem Linguagens da Criança”, de Loris Malaguzzi.
Pedagogia de Reggio Emilia

O trecho do poema do pedagogo e educador Loris Malaguzzi, que reconhece as habilidades das crianças, resume a abordagem pedagógica presente na educação infantil de Reggio Emilia, cidade localizada ao norte da Itália, com cerca de 170 mil habitantes. Essa experiência educadora foi reconhecida como a melhor do mundo em 1991, mas sua história teve início bem antes.
Partindo do pressuposto de que a criança nasce com as suas “cem linguagens”, a pedagogia de Reggio Emilia assume que os adultos têm como tarefa prioritária a escuta e o reconhecimento das múltiplas potencialidades de cada criança, observada e atendida em sua individualidade.
Para isso, o Projeto Criando constrói uma espécie de “laboratório do fazer”, combinando as tradicionais linguagens gráficas, pictóricas e de manipulação (modelos e maquetes), mas também as do corpo ligadas ao movimento, as da comunicação verbal e não verbal, as linguagens icônicas, o pensamento lógico, científico, natural, discussões éticas e o manejo de ferramentas multimídia, sempre objetivando que a criança aprenda “com todo o corpo”, de forma fluida e permanentemente integrada.
Essa perspectiva faz com que o Projeto Criando, assim como outras escolas que adotam essa pedagogia, não trabalhe apenas com as linguagens codificadas e reconhecidas, mas também valorize as experiências reais obtidas por meio da pesquisa e das descobertas sensoriais da criança.
O trabalho é conduzido de maneira democrática, sendo a equipe pedagógica, alunos e familiares atores importantes para sua consolidação. Os professores atuam em parceria com o atelierista, profissional que apoia a construção de pontes entre as diversas descobertas da criança, empoderada pela ideia de experimentar, de descobrir o mundo e os outros a partir do manejo das diferentes linguagens às quais é apresentada.
A mesma condução é feita pelos educadores, que atuam no sentido de expandir o método de conhecimento próprio da criança, incluindo as linguagens artísticas e expressivas na prática cotidiana.
A equipe pedagógica parte do pressuposto de que a mente do ser humano, e portanto da criança, é multidisciplinar. Observá-la em sua forma de aprender é uma maneira de incentivar a apropriação do conhecimento.

Pedagogia Construtivista
“… A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual,
por trás da mão que pega o lápis,
dos olhos que olham,
dos ouvidos que escutam,
há uma criança que pensa.”
(Emilia Ferreiro)

Inspirada nas ideias do suíço Jean Piaget (1896–1980), a pedagogia procura instigar a curiosidade, levando o aluno a encontrar as respostas a partir de seus próprios conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os colegas.
Emilia Ferreiro ampliou essa perspectiva, destacando a importância de um ambiente que estimule o contato com letras e textos.
O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, por meio da experimentação, da pesquisa em grupo, do estímulo à dúvida e do desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, o aluno vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
O construtivismo também traz com ênfase a importância do erro, não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente distante do universo pessoal do aluno.
Mais do que uma linha pedagógica, o construtivismo é uma teoria psicológica que busca explicar como se modificam as estratégias de conhecimento do indivíduo ao longo da vida.

Quem Nos Inspira...
O solo do nosso florido jardim. O sol dos nossos dias.
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Defender utopias sustentáveis, sem se limitar à educação escolar
“Escola é… o lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos…
Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade com ninguém.
Nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se ‘amarrar’ nela!
Ora, é lógico… numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
A Escola É - Paulo Freire